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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Uma experiência chocante, ao menos para um curitibano

Tempos atrás precisei pegar uma van do recreio para o centro do RJ. Era pra ser uma viagem tranquila, calma, serena, amena, branda, ok, vcs já captaram a minha expectativa para o trajeto. Pra quem estava acostumado ao trânsito curitibano e aos "barbeiros" de lá (entre aspas mesmo, essa altura do campeonato acho os motoristas de minha cidade natal excelentes) foi uma experiência no mínimo chocante.

Ao chegar no tal ponto da van, percebi que não havia indicação alguma de placas, o que fez eu perceber que a van deveria parar ali era a quantidade enorme de pessoas paradas esperando ela, devia ter umas 800 pessoas no dito ponto, tá exagerei um pouco, umas 799 pelo menos!

Recém inserido à massa humana fui logo perguntando qual era a van que ia ao centro, afinal pra cada carro aqui do rio existe umas 75 vans... muita ingenuidade minha perguntar isso no ponto, foi só o primeiro carioca me explicar qual era a bendita van e em segundos criou-se um tumulto entre os 799 cariocas do ponto pra me explicar qual era a tal da van, todos os 799 deram a "dica infalível"! Cada uma das vans tem um número correspondente, nessa consultoria coletiva eu ouvi 300 números diferentes de van que eu deveria pegar, o que me deixou um pouco confuso.

Enquanto esperava a van "certa" (essa altura do campeonato já não sabia qual era o número da sorte), vi umas 845 vans passarem com um verdadeiro formigueiro humano saindo de dentro delas toda vez que  paravam, finalmente chegou a "minha" com um copiloto com a metade do corpo pra fora do automóvel  gritando o destino num carioquês que só com legenda pra entender, ele fazia isso enquanto motoboys alucinados passavam a 300Km/h e a uns 3mm da sua cabeça!!! Logo que entrei no foguete, quero dizer, na van, achei um lugar pra sentar na primeira fila de poltronas entre dois cariocas da gema. Percebi que na primeira parada entrou uma dúzia de pessoas e ninguém desceu, na segunda parada entrou duas dúzias e novamente ninguém desceu, na terceira parada entrou novamente mais um terço da torcida do flamengo e para o meu desespero ninguém desceu!!! 

Na parada seguinte quase que eu desci, ainda que estivesse longe do meu destino, só não o fiz porque estava na tal da linha amarela e não era "aconselhável" andar a pé nessa área "nobre" da cidade. Pense numa churrascaria lotada com mais de 300 pessoas o barulho que faz! Era mais ou menos esse o som ambiente, quase todos se conheciam e conversavam em voz alta como se estivessem num bar.

O cara do meu lado, que falava meio babando e estava com o óculos de grau embaçado por causa do calor, puxou papo comigo dizendo que no Rock in Rio muitas meninas eram estrupadas, isso mesmo, ES-TRU-PA-DAS! Juro que tentei interagir mas estava um tanto quanto tenso com a velocidade do foguete que pensei que o motor da van tinha sido trocado pelo de uma ferrari! Além de andar na velocidade da luz, o piloto tinha mais um talento nato, ele mudava de pista compulsivamente, percebi que a maior parte do tempo ele olhava pelo retrovisor do meio as pessoas da van e conversava com elas sobre onde elas iriam descer! Se chegassem ao destino sem uma colisão é claro...

Motorista? Toma aí 4 real pra eu descer no 177! Ô motorixta? Preciso de troco pra déixxx reaixxx, vô fica no 235 valeu? Aqui eles falam valeu pra tudo, valeu? Enquanto orava baixinho esperando uma intervenção do céu ou ir parar direto nele, notei que o piloto "conduzia" com o cotovelo o volante enquanto contava o troco do dinheiro com as duas mãos e virava o corpo todo pra trás a 285Km/h pra dar o dinheiro aos passageiros!!! Raramente ele olhava pra pista, pra minha sorte o fez em momentos cruciais pra minha sobrevivência, quando aparecia algum carro que estava a uns 60 Km/h em sua frente e então ele precisava desviar e sem titubear mudava de pista ainda que outro carro, moto ou foguete estivesse na pista ao lado!!!

Depois de alguns minutos graças a Deus as pessoas começaram a descer da nave, eu já estava tão desesperado de ver o motorista virar o corpo pra trás pra pegar o dinheiro das pessoas da van que estava quase que me oferecendo pra ficar de ponte entre eles! Mais uns minutos e finalmente cheguei ao meu destino! Aprendi a lição, van nunca mais!!! 

abs,
Rodolfo

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